
A Câmara Municipal de Nova Lima, realiza, no dia 2 de julho, às 19 horas, no plenário da Casa, a inauguração da exposição “Nossa gente, nossa história”. O evento homenageia a contribuição de personalidades negras para o desenvolvimento cultural, social e político da cidade, histórias que, por muito tempo, foram invisibilizadas nos espaços institucionais de poder e decisão.
A iniciativa, promovida pela Escola do Legislativo, é a continuidade do projeto iniciado em maio deste ano e tem como objetivo resgatar memórias e valorizar trajetórias de homens e mulheres pretos que transformaram a realidade local. Além de preservar essas histórias, o projeto propõe reflexões sobre diversidade e a importância da presença negra nas instituições públicas.
A exposição será aberta ao público a partir de 3 de julho no hall da sede da Câmara Municipal de Nova Lima, no centro da cidade.
Conheça um pouco da história de cada homenageado:
Ademir Marques Joaquim (Pelé): Nascido em 1959, em Nova Lima (MG), Ademir é um símbolo da luta popular, da cultura e da resistência preta na cidade. Militante desde a juventude, atuou nos movimentos comunitários, venceu festivais de música, e dedicou sua vida à valorização da memória negra e das manifestações culturais. Pai de João Pedro do Rosário Joaquim, sua história é uma herança viva de luta e carinho pelo povo nova-limense.
Edna Antônia Jacinto: Assistente social e militante do movimento negro, tem uma trajetória de luta iniciada na adolescência. Foi coordenadora de políticas públicas de igualdade racial em Nova Lima. Com vasta experiência em comunidades periféricas e com personalidades do movimento negro, como Lélia Gonçalves e Benedita da Silva, Edna é reconhecida por sua contribuição histórica e pela luta pela justiça social e racial.
Dona Maria Cesário: Nascida em 1934, em Nova Lima, Dona Maria foi símbolo da cultura popular e da memória viva da cidade. Filha de músicos e quitandeira de mão cheia, marcou gerações com sua doçura, saberes e ligação com a União Operária. Guardiã da tradição e mulher preta de resistência, sua história é sinônimo de afeto, cultura e pertencimento.
Dinilson Germano Silva: Nascido em 1935, em Nova Lima, Dinilson foi um dos maiores nomes da música local. Multi-instrumentista desde a infância, brilhou nos palcos, rádios e TV, atuando ao lado de grandes nomes da cena mineira. Fundador da Escola de Música Dinil’sons, formou gerações com seu talento e dedicação. Sua vida é símbolo de arte, ancestralidade e resistência cultural.
Milton Damásio: Nascido em 1948, no Bairro do Rosário, Milton Damásio é um dos pilares da militância negra em Nova Lima. Fundador do Movimento Ébano, atuou com firmeza na luta antirracista local e nacional, sempre guiado pela ancestralidade e compromisso com o povo preto. Sua trajetória inspira gerações a seguir na caminhada por justiça e igualdade racial.
José Gomes Pimenta (Dazinho): Nascido em 1922, Dazinho foi um símbolo da luta operária em Nova Lima. Mineiro do Morro Velho, liderou greves, presidiu o sindicato e foi deputado estadual, enfrentando a ditadura com coragem. Preso e perseguido, nunca abandonou a defesa dos trabalhadores. Sua vida é memória viva da resistência sindical e da força da classe trabalhadora.
Tio Wilson (Wilson Alexandre): Nascido em 1951, no bairro Retiro, Tio Wilson foi voz marcante da cultura negra em Nova Lima. Cantor do Agbara e do Império da Colina, ativista do Ébano e referência na luta antirracista, uniu arte, fé e política em defesa da comunidade. Seu legado é símbolo de ancestralidade, resistência e amor ao povo preto.
Mônica Regina Jacinto: Nascida em 1969, em Nova Lima, Mônica é educadora, historiadora, escritora e militante da causa negra. Atua na educação inclusiva e nas relações étnico-raciais, além de ser autora reconhecida e fundadora do movimento Ébano. Seu trabalho fortalece a memória, a ancestralidade e a luta por igualdade em Minas Gerais.