Projeto seria feito com recursos privados, e associações assumiriam sua manutenção e preservação.

O projeto de construção de um parque linear aproveitando trecho ferroviário localizado no Bairro Belvedere, em Belo Horizonte, na divisa com o município de Nova Lima (Região Metropolitana de Belo Horizonte), foi defendido por associações de moradores e ambientalistas. Eles participaram de visita da Comissão Extraordinária Pró-Ferrovias Mineiras da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta quinta-feira (16/8/18), ao local.

O representante da Associação dos Moradores do Vila da Serra, Álvaro Gonzaga, explicou que o trecho é da Superintendência de Patrimônio da União (SPU), mas atualmente está sendo administrado pela Caixa Econômica Federal. Segundo ele, há o interesse da Prefeitura de Belo Horizonte de conseguir que o terreno seja doado para o município e então repassado para a administração das associações.

Álvaro Gonzaga destacou que o projeto de construção do parque já foi aprovado na Câmara Municipal de Belo Horizonte, mas ainda não foi sancionado. “Não existe nenhuma área de lazer nos Bairros Belvedere e Vila da Serra. A construção do parque será feita com recursos privados, sendo que as associações irão assumir também a sua manutenção e preservação”, afirmou.

O representante dos moradores ainda lembrou que o local sofre com a especulação imobiliária, sendo necessária a preservação do espaço. Segundo ele, um dos riscos é a construção de uma rodovia, que seria de interesse da Prefeitura de Nova Lima para ligar o Anel Rodoviário a um loteamento.

Abandono – Na visita, os deputados constataram a situação de abandono do trecho da linha férrea. Entretanto, o consultor de Relações Institucionais da MRS, Sérgio Carrato, explicou que, quando foi devolvido à União pela empresa, em 2006, estava em pleno funcionamento.

Segundo ele, a MRS operava a linha que ia do município de Ibirité (RMBH) até a Mina de Águas Claras, na Serra do Curral. Entretanto, em 2006, após a mina ser desativada, foi devolvido o trecho do Bairro Olhos d’Água até a Serra do Curral, conforme previsto no contrato de concessão. “Devolvemos a linha preservada”, destacou.

Deputados defendem preservação do local

Os deputados defenderam na visita a preservação do local e do trecho da linha férrea. Um dos autores do requerimento e presidente da comissão, deputado João Leite (PSDB), apontou que o local está na Serra do Espinhaço, além de ser próximo da área de captação de água da Mata do Cercadinho, devendo ser preservado.

Para ele, além da construção do parque, também é possível a recuperação da linha férrea com o objetivo de implantar o transporte turístico até o Inhotim. João Leite apontou que a comissão está atuando na tentativa de retirar da Caixa a administração do local, possibilitando a preservação do trecho.

Também autora do requerimento, a vice-presidente da comissão, deputada Marília Campos (PT), defendeu a construção do parque e a retomada da operação do trecho da linha férrea. Para ela, o local tem grande potencial para se tornar um parque urbano, propiciando área de lazer e esporte para os moradores dos bairros e dos municípios vizinhos.

Outros trechos – Também foram visitados trechos de linhas férreas, no Bairro Horto, em Belo Horizonte, operados pelas empresas VLI e MRS. O deputado João Leite explicou que o objetivo foi conhecer a operação e a logística das empresas, para verificar a possibilidade do transporte ferroviário de passageiros na Região Metropolitana (RMBH).

O parlamentar falou sobre a necessidade de expansão do transporte ferroviário de cargas e de passageiros em Minas Gerais. Também defendeu que o dinheiro da renovação das concessões ferroviárias fique no Estado e seja utilizado para a construção do Ferroanel na RMBH.

O requerimento da visita é de autoria ainda dos outros membros da comissão, deputados Glaycon Franco (PV), Celinho do Sinttrocel (PCdoB) e Roberto Andrade (PSB).

Fonte: Site Assembleia Legislativa de MG.