O Cearense Maílson Furtado escreveu À CIDADE, seu quarto livro, em 20 dias e conta que o longo poema já existia na pequena Varjota ( CE).

poeta mestre em história pela Universidade Federal do Ceará Dércio Braúna, em ensaio crítico que encerra À cidade, de Mailson Furtado, demarca que “a cidade que toca o sentir é arquitetura e geografia da poética”. Uma chave de leitura da obra que conquistou o Prêmio Jabuti como melhor livro de poesia livro do ano, e voltou os olhares para Varjota, município do Ceará com cerca de 18 mil habitantes. Aos 27 anos, Mailson escreveu o livro-poema em homenagem à cidade onde mora com mulher e filho no interior do Ceará. Uma poesia de 60 páginas. Mailson escreveu os versos em novembro e revela ter sido “experiência visceral”. Perdeu a condução da escrita quando deixou o poema – que já existia, como ele mesmo diz – ganhar materialidade.

“Em 20 dias vivi com esse texto. Ia para a padaria. Saía para rua e poema caminhando comigo. Foi difícil. O livro se passa em novembro, mês estranho para a gente, sertanejo. É um mês que traz ansiedade para qualquer sertanejo: o que vai ser próxima quadra invernosachuvosa“, revela. À cidade é o quarto livro escrito por Mailson, embora ele considere que seja o primeiro em que alcançou escrita “mais madura”. Escreveu Sortimento (2012), Conto a conto (2013) e Versos pingados (2014). Todos produzidos de forma independente, do mesmo jeito de À cidade. E não há como um livro ser mais autoral do que no caso de Mailson: fez a ilustração de capa, diagramou, fez o tratamento de imagens e editou.

O desejo de se dedicar à escrita de modo a enlaçar quem lesse veio do contato com um consagrado escritor nascido na Paraíba. A vontade veio em 2010, quando leu o Romance d’A pedra do reino e o príncipe do sangue do vai-e-volta (1971), de Ariano Suassuna. A leitura provocou não só uma revolução interna, mas levou Mailson ao sertão. Ele e sete integrantes da companhia de teatro que dirige, Criando Arte, viajaram por três estados: ParaíbaPernambuco Ceará. “Mesmo sem ter ido a esses lugares, ter lido o livro me dava a sensação de tê-los conhecido”, afirma.

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