As Duas Primeiras Câmaras de Porto Feliz
Pela Portaria de 13 de outubro de 1797, passada pelo Capitão General Governador Antônio Manuel de Mello Castro e Mendonça, a Freguesia de Araritaguaba, fundada por Cardoso Pimentel, foi elevada à categoria de Vila, com o nome de Vila de Porto Feliz.
De acordo com o determinado nessa Portaria, o Ouvidor-Geral e Corregedor, acompanhado do seu escrivão Vicente Luis de Barros Monteiro, transportou-se para Araritaguaba, onde chegou à tarde do dia 19 de dezembro desse mesmo ano. Após haver descansado dois dias, logo pela manhã do dia 22, iniciou os serviços: fez lavrar pelo escrivão a seu cargo o termo da elevação da Freguesia de Araritaguaba à categoria de Vila, com a denominação de Vila de Porto Feliz. Procedeu ao levantamento do Pelourinho, escolheu e marcou lugar para a Casa da Câmara e Cadeia, demarcou o rocio da Vila e traçou seus limites com as Vilas vizinhas.
Nesse mesmo dia, na casa em que se encontrava hospedado, o Dr. Ouvidor e. sob a presidência dele, realizaram-se as eleições dos vereadores, que deveriam constituir a primeira Câmara dessa Vila e que serviriam no próximo ano. Compareceram 37 eleitores, tendo sido escolhidos:
Juízes Ordinários – o capitão José Luis Coelho e Antonio de Pádua Botelho.
Vereadores – os alferes Antonio Correia de Morais Leite, Saturnino Pais de Almeida e Antonio de Almeida Falcão.
Procurador – o ajudante Salvador Martins Bonilha.
Assim constituído, o primeiro Senado da Câmara de Porto Feliz tomou posse a 1º de janeiro de 1798, com a presença dos oficiais da Câmara de Itu.
Na eleção de pelouros de 1798, saíram eleitos para constituírem a segunda Câmara de Porto Feliz:
Juízes Ordinários – Manuel de Campos Machado e Antonio Pompeo Pais de Campos.
Vereadores – o tenente Joaquim Pinheiro de Almeida, o tenente Bento Dias Ferraz do Amaral e Bernardo Guedes Bonito.
Procurador – Antonio Proença.
Tomaram posse a 1º de janeiro de 1799.
O primeiro escrivão, ou secretário, da Câmara de Porto Feliz foi José Mateus Botelho Mourão. O primeiro porteiro foi Roque Rodrigues Machado e eu primeiro almotacé, Manuel José Vaz Botelho. A tabela dos vencimentos era a seguinte:
Escrivão – 8$000
Porteiro – 2$000
Almotacé – 4$000
Da rápida leitura que fizemos do livro de atas da Câmara de Porto Feliz, não nos foi dado encontrar os nomes do primeiro carcereiro e do primeiro alcaide, cujos vencimentos eram, respectivamente, de 4$000 e 5$000.
Ao ser criada a Vila de Porto Feliz, era vigário o padre André da Rocha Abreu.
(*) Francisco Nardy Filho ( O Estado de São Paulo – 9 de agosto de 1951, pág. 5)